Unção dos Doentes

Os Evangelhos e sobretudo o sacramento da Unção mostram claramente a solicitude corporal e espiritual do Senhor para com os doentes. Instituído por Ele e promulgado na epístola de S. Tiago, logo se introduziu na Igreja o costume de o celebrar, por meio da  unção e da oração dos presbíteros pelos doentes, recomendando-os ao Senhor padecente e glorificado para que Ele os alivie e salve (cf. Tg 5, 14-16) e ainda exortando-os a que se associem livremente à paixão e morte de Cristo (Rom 8, 17), e assim contribuam para o bem do povo de Deus.

O homem gravemente doente, com efeito, necessita de uma peculiar graça de Deus para que não perca o ânimo na aflição, nem, pela força das tentações, venha a fraquejar na fé. É por isso que Cristo concede aos seus fiéis o sacramento da Unção, como defesa poderosíssima.

A celebração do sacramento consiste principalmente em que, depois da imposição das mãos pelos presbíteros da Igreja, seja proferida a oração da fé e ungidos os doentes com o óleo santificado pela bênção divina. Com este rito é significada e conferida a graça do sacramento.

Este sacramento confere ao doente a graça do Espírito Santo, pela qual o homem todo é ajudado em ordem à salvação, confirmado na confiança em Deus e fortalecido contra as tentações do inimigo e a ansiedade da morte. Assim poderá não só suportar com fortaleza os males, mas ainda vencê-los e obter a própria saúde corporal, se essa lhe aproveitar à salvação da alma. Confere também, se necessário, o perdão dos pecados e a consumação da Penitência cristã.

Na santa Unção, unida à oração da fé (cf. Tg 5, 15), exprime-se a fé, que deve ser avivada, tanto no que administra como no que recebe o sacramento; a fé do doente e da Igreja salvá-lo-á, pois se refere à morte e ressurreição de Cristo, donde o sacramento tira a sua eficácia (cf. Tg 5, 15),5 e ao reino futuro, de que os sacramentos são o penhor.


A QUEM SE DEVE ADMINISTRAR A "UNÇÃO DOS DOENTES"?

A Epístola de S. Tiago recomenda que se administre a Unção aos doentes para os aliviar e salvar.

Deve, por isso, com todo o empenho e diligência, aplicar-se aos fiéis gravemente doentes, quer em razão da própria enfermidade, quer em razão da idade avançada.

Para julgar da gravidade da doença, basta o prudente ou provável juízo acerca da mesma, pedindo, se necessário, sem cair em estado de excessiva ansiedade, o conselho do médico.

O sacramento da Unção pode receber-se de novo se o doente convalescer depois de o ter recebido, ou se, no decurso da mesma doença, o seu estado se agravar.

Pode também dar-se a Santa Unção antes de uma grave intervenção cirúrgica, quando o motivo é uma doença perigosa.

Pode igualmente administrar-se às pessoas idosas cujas forças estejam já muito debilitadas, embora não sofram de doença grave.

A Santa Unção dar-se-á também às crianças suficientemente dotadas do uso da razão para poderem ser confortadas por este sacramento. Quando se duvida se elas atingiram o uso da razão, conferir-se-á o sacramento.

Na catequese, tanto individual como familiar, instruam-se os fiéis para que eles próprios peçam a Unção e se aproximem em tempo oportuno a recebê-la com plena fé e devoção espiritual, e para que deixem o mau costume de a irem adiando. 

 Aos enfermos que tiverem perdido os sentidos ou o uso da razão, dar-se-á o sacramento, se se julgar que, se estivessem no uso das faculdades, eles teriam pedido, ao menos implicitamente, como crentes, a Santa Unção.

O sacerdote, chamado para um doente que já tenha falecido, ore por ele ao Senhor, para que lhe perdoe os pecados e o receba misericordiosamente no seu reino, mas não lhe administre a Unção. Quando se duvida se o enfermo já está realmente morto, administrese-lhe o sacramento. Não se dará a Unção dos Doentes àqueles que perseveram obstinadamente em pecado grave manifesto.

MINISTRO DA "UNÇÃO DOS DOENTES"

O ministro próprio da Unção dos Doentes é apenas o sacerdote. Exercem de modo ordinário o serviço deste ministério os Bispos, os párocos e os vigários paroquiais, os capelães dos hospitais e os superiores das comunidades religiosas clericais.

REQUISITOS PARA A UNÇÃO

A matéria própria da Unção dos Doentes é o óleo de oliveira, ou, segundo as circunstâncias, outro óleo de origem vegetal.

Na Unção dos Doentes deve usar-se Óleo benzido para o efeito pelo Bispo ou por um sacerdote com faculdade para o fazer, quer por direito, quer por especial concessão da Sé Apostólica. Além do Bispo, em caso de necessidade, qualquer presbítero, mas na própria celebração do sacramento pode benzer o óleo.

A bênção do Óleo dos doentes é feita ordinariamente pelo Bispo em Quinta-Feira Santa.


"FÓMULA" DA UNÇÃO DOS DOENTES

No Rito Latino, a fórmula para a Unção dos doentes será: 

Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, R. Amen.

Para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na sua misericórdia, alivie os teus sofrimentos. R. Amen. 


A UNÇÃO DOS DOENTES NA NOSSA COMUNIDADE

Na nossa Comunidade a celebração do Sacramento da Santa Unção é celebrada sempre que a mesma seja pedida por algum doente ou familiar.

Comunitariamente é celebrada a Unção dos Doentes no "Dia Diocesano do Doente" - V Domingo da Quaresma